A 247 Km da capital Teresina (PI), a cidade de Floriano foi uma das primeiras no Brasil a ofertar na rede de Atenção Básica do município a cloroquina e azitromicina, medicação utilizada no tratamento da Covid-19. O protocolo tem chamado atenção da comunidade médica em todo o país, pois o que se tem observado é que o tratamento no estágio inicial da doença tem mais eficácia do que em casos mais graves.
Nesta quinta-feira (14), a Ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, técnicos dos ministérios da Saúde e de Ciência e Tecnologia (MCTIC), estiveram em reunião na prefeitura de Floriano (PI) para conhecerem tal protocolo aplicado no município pelo médico Justino Moreira, Diretor Técnico do Hospital Regional Tibério Nunes.
Segundo Justino, o protocolo é resultado de experiências e conhecimentos adquiridos durante a pandemia na China e na Europa e conta com a orientação da médica Marina Bucar Barjud (florianense), que trabalha na linha de frente no combate à doença no Hospital HM Puerta del Sur em Madrid (Espanha), onde a mesma já tratou mais de 600 pacientes na Europa e o corpo médico de profissionais da Secretaria de Saúde e Hospital Regional Tibério Nunes.
O PROTOCOLO
A administração de hidroxicloroquina, azitromicina e corticoides nas primeiras fases de manifestação da doença, além de evitar a progressão, tem apresentado êxito na recuperação de infectados pelo novo coronavírus.
Justino explicou que “Eles conseguiram entender o comportamento do vírus no organismo. Na primeira semana, ele se multiplica, provocando os sintomas de febre, dores de cabeça e no corpo, e outros. Nessa semana, atacamos o vírus com o uso precoce da cloriquina e da azitromicina durante cinco dias”, esclareceu.
Em Floriano, o tratamento precoce só é usado quando o paciente apresenta os sintomas por, pelo menos, 48 horas. Os pacientes que chegam à unidade básica de saúde já fazem todos os exames necessários e, após os diagnósticos, podem escolher se serão tratados com cloroquina e azitromicina. Se optar pelo uso dos medicamentos, o paciente vai para casa com o kit para o tratamento.
“Uma vez iniciada essa fase, alguns pacientes não conseguem responder bem ao tratamento e iniciamos a fase 2, hospitalar, que começa após o 7º dia”, afirmou. Na fase 2, os médicos passam a utilizar os corticoides, considerados potentes anti-inflamatórios, na intenção de conter a doença e evitar a evolução para a fase 3, que é a de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e possível uso de ventiladores para facilitar a respiração.