Seu processo de colonização se deu pelos coronéis e suas fazendas de criação de gado e hoje guarda consigo a história viva do povo piauiense
Imagens: Guilherme Gonçalves (2019)
A história de Oeiras, distante 315 km da atual capital Teresina (indo pela BR-316), surgiu a partir de expedições que entraram pelo sul do Estado, no século XVII, em busca de terras para criação de gado. A cidade de 33.971 habitantes nasceu da prosperidade da fazenda Cabrobó, criada pelo desbravador Domingos Afonso Mafrense, e sua evolução está intimamente relacionada com a história da Igreja Católica na região.
Em 1696, foi elevada a categoria de Freguesia sob a invocação de Nossa Senhora da Vitória e, mais tarde, em 1712, a povoação Mocha foi elevada a categoria de Vila com o mesmo nome, tendo sido instalada somente em 26 de dezembro de 1717. Foi designada para ser a sede do novo Governo, obtendo o título de cidade pela Carta Régia de 19 de junho de 1761, época em que teve o nome mudado para Oeiras, por ato do seu primeiro governador João Pereira Caldas, em homenagem ao Conde de Oeiras Portugal, depois Marquês de Pombal. Sebastião José de Carvalho Melo, que era Ministro de Estado de El. Rei Dom José I.
Oeiras foi capital do Piauí por 92 anos. Nesse período, foi a mais importante cidade da capitania e depois da independência, da Província do Piauí. Foi aí que, em 24 de janeiro de 1823, sob a liderança do oeirense Manoel de Sousa Martins, então Barão de Parnaíba, foi proclamada a adesão do Piauí à Independência do Brasil.
Em 1852, por injunção do Presidente José Antônio Saraiva, a capital foi transferida para a Nova Vila do Poty, recebendo o nome de Teresina em homenagem a imperatriz Teresa Cristina. Foi nesse período que a cidade passou por um momento muito conturbado e sem muito desenvolvimento.
A mudança só veio com a chegada da Era Vargas (1930-1945), quando Oeiras passou a avistar novos tempos. Grandes obras públicas dessa época permanecem intactas até os dias atuais, como o Cine Teatro, o Passeio Público Leônidas Melo, o Mercado Público, etc.
Como a Primeira Capital do Piauí, Oeiras concentra uma grande riqueza histórica e religiosa, traduzida em seus casarões e nas manifestações de fé e religiosidade. Por seu acervo arquitetônico colonial, foi declarada Cidade Monumento Nacional através da Lei Federal nº 7745 de 30 de março de 1989. O Centro Histórico de Oeiras é tombado pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, como Patrimônio Cultural do Brasil.
A religiosidade da região é reconhecida nacionalmente e é um importante vetor de atratividade para movimentação do turismo e da economia local. Esses atrativos estão associados as atividades da Semana Santa realizadas pela Paróquia de Nossa Senhora da Vitória, pertencente a diocese de Oeiras, e por toda a comunidade leiga.
Aqui marcamos 2 momentos cruciais : A Solenidade de Bom Jesus dos Passos e a Procissão do Fogaréu. A primeira, a mais rica em simbologia, já chegou a reunir mais de 30 mil fieis, onde milhares de pessoas visitam a cidade, vestindo roxo, pagando promessa e participando das celebrações religiosas. A segunda é a procissão do Fogaréu. A encenação representa a busca de Cristo pelos soldados romanos. A procissão reservada aos homens percorre as ruas do centro histórico iluminando o caminho com rústicas lamparinas a querosene.
Cinquenta dias após a Páscoa, Oeiras celebra o Divino Espírito Santo, a cidade se reveste de vermelho e branco, para saudar a corte do Divino.