A Proclamação da República no Brasil ocorreu dia 15 de novembro de 1889 tendo à frente o Marechal Deodoro da Fonseca (1827-1892), que se tornou o primeiro presidente do Brasil
Capa: Proclamação da República, de Benedito Calixto (1893)
A expressão “República” nasceu na Roma antiga com a ideia de significar algo público, ou seja, é a intenção de manifestar uma comunidade política organizada e participativa. Foi a partir da existência dela que a participação popular em determinar a estrutura governamental do país existe, para serem os novos vereadores, senadores, governadores, prefeitos e até mesmo a presidência.
A Proclamação da República Federativa do Brasil aconteceu no dia 15 de novembro de 1889 e foi resultado de uma articulação entre militares e civis insatisfeitos com a monarquia. Havia insatisfação entre os militares com salários e com a carreira, além de eles exigirem o direito de manifestar suas posições políticas (algo que tinha sido proibido pela monarquia).
Havia também descontentamento entre elites emergentes com a sub-representação na política da monarquia. Grupos na sociedade começavam a exigir maior participação pela via eleitoral. A questão abolicionista também somou forças ao movimento republicano. Esses grupos se uniram em um golpe que derrubou a monarquia e expulsou a família real.
A conspiração contra a monarquia contou com a adesão do marechal Deodoro da Fonseca, responsável por liderar a derrubada do gabinete ministerial. No decorrer do dia, as movimentações políticas fizeram José do Patrocínio proclamar a república na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
CONTEXTO HISTÓRICO
No final do século XIX, parte da elite estava descontente com o reinado de D. Pedro II (1825-1891). Os militares sentiam-se desprestigiados desde a Guerra do Paraguai, pediam aumento de salário e mais participação no governo. Vários militares também apoiavam o Positivismo, tanto na sua versão religiosa como filosófica.
Já os cafeicultores, após a promulgação das leis em favor da abolição gradual e sem indenização, estavam cada vez mais descontentes.
Os fazendeiros do oeste paulista exigiam mais autonomia e participação política. Em 1888, com a abolição da escravatura no Brasil, os ex-proprietários de escravos se voltam contra D. Pedro II, uma vez que esse fato acarretou o aumento dos custos da produção cafeeira.
No dia 15 de novembro de 1889, um grupo de militares, dos quais se destaca Benjamin Constant (1836-1891), preparam um levante militar. Para liderá-los, escolhem o Marechal Deodoro da Fonseca, principal chefe do exército brasileiro. Porém, como Deodoro era amigo do Imperador, lhe dizem que vão derrubar o gabinete do Visconde de Ouro Preto.
As tropas se reúnem no Campo de Santana, no centro do Rio de Janeiro e Marechal Deodoro, doente na ocasião, derruba o gabinete do Visconde de Ouro Preto (1836-1912). Naquele momento, a república não havia sido proclamada.
Somente mais tarde, com Deodoro já de volta a sua casa, vários políticos insistem para que ele assine um documento declarando a extinção da monarquia. Alegavam que o imperador iria nomear o político Silveira Martins (1835-1901) no lugar do Visconde de Ouro Preto.
Como Silveira Martins era um antigo desafeto do Marechal Deodoro, este assina a moção da república, e passa a ser o Chefe do Governo Provisório.
Com isso, a Proclamação da República representou o fim do Brasil Império que havia durado cerca de 70 anos. Quanto a Dom Pedro II e sua família, eles foram banidos do Brasil e embarcaram rumo à Europa na madrugada do dia 17 de novembro.
A população somente saberia mais tarde desses acontecimentos. Dom Pedro II não quis chamar seus aliados para evitar uma guerra civil no Brasil.
PRIMEIROS ANOS DA REPÚBLICA NO BRASIL
O Governo Provisório previa um referendo para que a população escolhesse entre o regime monárquico parlamentarista ou a república. Tal consulta só seria realizado 103 anos depois.
O Marechal Deodoro organizou os símbolos da República como o Hino Nacional Brasileiro, a Bandeira do Brasil e também a política nacional.
O presidente e o vice-presidente eram escolhidos por eleição. Importante ressaltar que ambos não concorriam na mesma chapa, sendo eleitos separadamente. Assim, foram eleitos Deodoro da Fonseca, como presidente e o Marechal Floriano Peixoto, como vice-presidente.
Como os dois primeiros Chefes de Governo e Estado eram do Exército, os primeiros anos da República ficaram conhecidos como República da Espada.